Imagem: Paulo Ernesto
Com o fim do mês de março, resolvi compartilhar aqui quais livros eu li no primeiro trimestre de 2016. Nesta lista eu não inclui os livros que reli (Harry Potter e a Pedra Filosofal e Harry Potter e a Câmara Secreta), citando apenas as leituras novas. Como não pude fazer a resenha de todos eles, resolvi colocar junto a sinopse e algumas informações técnicas.
O nome do vento – A crônica do Matador do Rei – Primeiro Dia
Autor: Patrick Rothfuss / Editora: Arqueiro / Páginas: 650
Sinopse: Ninguém sabe ao certo quem é o herói ou o vilão desse fascinante universo criado por Patrick Rothfuss. Na realidade, essas duas figuras se concentram em Kote, um homem enigmático que se esconde sob a identidade de proprietário da hospedaria Marco do Percurso. Da infância numa trupe de artistas itinerantes, passando pelos anos vividos numa cidade hostil e pelo esforço para ingressar na escola de magia, O nome do vento acompanha a trajetória de Kote e as duas forças que movem sua vida: o desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas e a necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios que assassinaram sua família no passado. Resenha aqui
A herdeira – Série A Seleção – Vol. 4
Autora: Kiera Cass / Editora: Seguinte / Páginas: 361
Sinopse:No quarto volume da série que já vendeu mais de 500 mil exemplares no Brasil, descubra o que vem depois do “felizes para sempre”. Vinte anos atrás, America Singer participou da Seleção e conquistou o coração do príncipe Maxon. Agora chegou a vez da princesa Eadlyn, filha do casal. Prestes a conhecer os trinta e cinco pretendentes que irão disputar sua mão numa nova Seleção, ela não tem esperanças de viver um conto de fadas como o de seus pais… Mas assim que a competição começa, ela percebe que encontrar seu príncipe encantado talvez não seja tão impossível quanto parecia.
Perdida – Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo
Autora: Carina Rissi / Editora: Verus / Páginas: 362
Sinopse: Sofia vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz. Ela é independente e tem pavor à mera menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são aqueles que os livros proporcionam. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa. Com a ajuda do prestativo – e lindo – Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos...
Comer, rezar, amar
Autora: Elizabeth Gilbert / Editora: Objetiva / Páginas: 342
Sinopse: Elizabeth Gilbert estava com quase trinta anos e tinha tudo o que qualquer mulher poderia querer, mas em vez de sentir-se feliz e realizada, sentia-se confusa, triste e em pânico. Enfrentou um divórcio, uma depressão debilitante e outro amor fracassado. Até que decidiu tomar uma decisão radical: livrou-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego, e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo – sozinha. O objetivo de Gilbert era visitar três lugares onde pudesse examinar aspectos de sua própria natureza, tendo como cenário uma cultura que, tradicionalmente, fosse especialista em cada um deles. 'Comer, Rezar, Amar' é a envolvente crônica desse ano. Resenha aqui.
Para todos os garotos que já amei
Autora: Jenny Han / Editora: Intrínseca / Páginas: 160
Sinopse: Lara Jean guarda suas cartas de amor em uma caixa azul-petróleo que ganhou da mãe. Não são cartas que ela recebeu de alguém, mas que ela mesma escreveu. Uma para cada garoto que amou — cinco ao todo. São cartas sinceras, sem joguinhos nem fingimentos, repletas de coisas que Lara Jean não diria a ninguém, confissões de seus sentimentos mais profundos. Até que um dia essas cartas secretas são misteriosamente enviadas aos destinatários, e de uma hora para outra a vida amorosa de Lara Jean sai do papel e se transforma em algo que ela não pode mais controlar. Resenha aqui.
Um amor de cinema
Autora: Victoria Van Tiem/ Editora: Verus / Páginas: 294
Sinopse: Neste irresistível romance, Kenzi Shaw, uma designer fanática por filmes, é lançada nas águas turbulentas do amor — ao estilo de Hollywood — quando seu lindo ex-namorado lhe propõe uma série de desafios relacionados a comédias românticas para reconquistar seu coração. Que garota não gostaria de vivenciar a cena das compras de Uma linda mulher? É o desafio número dois da lista. Ou tentar fazer os passos de dança de Dirty dancing? É o número cinco. Uma lista, dez momentos românticos de filmes e várias aventuras depois, Kenzi se pergunta: ela deve se casar com o homem que sua família adora ou arriscar tudo por um amor de cinema?
Cidade dos Ossos – Os Instrumentos Mortais – Vol. 1
Autora: Cassandra Clare / Editora: Galera Record / Páginas: 462
Sinopse: Quando Clary decide ir a Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer.Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria. Resenha aqui.
Cidade das Cinzas – Os Instrumentos Mortais – Vol. 2
Autora: Cassandra Clare / Editora: Galera Record / Páginas: 406
Sinopse: No mundo dos Caçadores de Sombras, ninguém está seguro. E agora que Clary descobriu fazer parte do perigoso Submundo, sua vida nunca mais será a mesma. Jace, seu recém-descoberto irmão, está cada vez mais impossível, e não parece medir esforços para enfurecer a todos. E sua atitude de bad boy não ajuda em nada quando, após o roubo do segundo dos Instrumentos Mortais, a Inquisidora aparece no Instituto para interrogá-lo... Agora Jace é suspeito de ajudar o pai, o perverso Valentim, num plano que vai colocar em risco não só Idris ou o Submundo, mas toda a cidade de Nova York.
Cidade dos Ossos – Os Instrumentos Mortais – Vol. 3
Autora: Cassandra Clare / Editora: Galera Record / Páginas: 474
Sinopse: Em busca de uma poção para salvar a vida de sua mãe, Clary deve viajar até a Cidade de Vidro, lar ancestral dos Caçadores de Sombras. Mas à medida que se aproxima de Ragnor Fell, o feiticeiro que pode curar a mãe, ela descobre segredos sobre seu passado e o de Jace - e o irmão não hesita em deixar claro que não a quer por perto. Isso Clary já entendeu, ela só não imagina que está prestes a participar de uma batalha épica, na qual Caçadores de Sombras e integrantes do Submundo terão que se unir se quiserem sobreviver.
Star Wars: Marcas da Guerra
Autor: Chuck Wendig / Editora: Aleph / Páginas: 464
Sinopse: O que aconteceu depois da destruição da segunda Estrela da Morte? Qual o destino dos remanescentes do Império Galáctico e dos antigos Rebeldes, agora responsáveis pela fundação da Nova República? Marcas da guerra é o primeiro livro do cânone oficial a mostrar o que acontece depois do clássico Episódio VI: O retorno de Jedi. Nesse novo panorama galáctico, vamos descobrir que a guerra ainda não chegou ao fim... e que os traumas deixados por ela ainda serão sentidos por muitos e muitos ciclos. Resenha aqui.
A Sereia
Autora: Kiera Cass / Editora: Seguinte / Páginas: 328
Sinopse: Anos atrás, Kahlen foi salva de um naufrágio pela própria Água. Para pagar sua dívida, a garota se tornou uma sereia e, durante cem anos, precisa usar sua voz para atrair as pessoas para se afogarem no mar. Kahlen está decidida a cumprir sua sentença à risca, até que ela conhece Akinli. Lindo, carinhoso e gentil, o garoto é tudo o que Kahlen sempre sonhou. Apesar de não poderem conversar — pois a voz da sereia é fatal —, logo surge uma conexão intensa entre os dois. É contra as regras se apaixonar por um humano, e se a Água descobrir, Kahlen será obrigada a abandonar Akinli para sempre. Mas pela primeira vez, ela está determinada a seguir seu coração. Resenha aqui.
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[Leituras da Malu] Janeiro a Março
[Especial] Harry Potter e a Câmara Secreta
Categorias:
Especial,
Harry Potter,
Resenha
Autora: J. K. Rowling
Editora: Rocco
Páginas: 287
Em fevereiro, eu dei início ao projeto Especial Harry
Potter, me propondo a falar todo mês sobre um dos livros da série Harry Potter.
Já foi delicioso voltar a esse universo mágico relendo Harry Potter e a Pedra Filosofal,
mas no segundo livro da série, Harry Potter e a Câmara Secreta, a experiência
foi ainda melhor.
Neste segundo livro, Harry retornou para mais um ano
letivo em Hogwarts, após um verão péssimo com os Dursley. Apesar da alegria
inicial por estar retornando ao lugar onde se sente em casa, Harry logo
percebeu que seu ano não seria fácil. Além de ter que lidar com as provocações
de seu inimigo Draco Malfoy e as implicâncias do professor de poções, Severo
Snape, Harry precisou enfrentar um perigo ainda maior: a Câmara Secreta foi
aberta e um monstro escondido nela foi libertado, ameaçando todos os alunos
nascidos trouxas.
Um dos aspectos que mais gostei de reler esse livro
foi observar como J. K. Rowling conseguiu criar um clima de suspense nesse
livro, sem perder a magia e a inocência que marcaram o primeiro livro. Apesar da
trama ser mais sombria que a do primeiro livro, Harry Potter e a Câmara Secreta
é repleto de momentos leves e engraçados, mantendo o clima lúdico e infantil.
Outro ponto positivo de estar relendo a obra é
perceber como J. K. Rowling conseguiu amarrar bem as histórias de todos os
livros, até nos mínimos detalhes. Muitas coisas que acontecem nesse livro, são
importantes para o desenvolvimento dos próximos livros, embora, com certeza, eu
não tenha percebido da primeira vez que li.
A cada vez que releio Harry Potter, me encanto com a
riqueza do universo criado por sua autora. É impossível não ficar fascinado com
os detalhes imaginados por ela, que vão desde feitiços, poções e lugares, até
os detalhes do funcionamento da sociedade bruxa, incluindo departamentos do
Ministério da Magia. Além disso, é impressionante a facilidade de J. K. Rowling
para prender o leitor. Mesmo já conhecendo a história, eu não conseguia parar
de ler, me divertindo nos momentos engraçados e ficando tensa nos momentos de
suspense.
A única coisa que me incomodou um pouco foi que no
começo vários elementos de Harry Potter e a Pedra Filosofal são explicados
novamente. Achei que isso atrapalhou, pois tirou um pouco do ritmo da história,
além de ser desnecessário, uma vez que ainda é preciso ler o primeiro livro
para compreender totalmente a história do segundo.
No entanto, essa foi a única ressalva feita a este
livro. Em Harry Potter e a Câmara Secreta, J. K. Rowling mantém todos os
aspectos que fizeram de A Pedra Filosofal um sucesso e aprimora ainda mais a
sua escrita. Aqui achei que a autora soube construir melhor o clímax de
história, sem resoluções apressadas. Além disso, acho que ela soube dosar muito
bem o clima mais sombrio com a inocência e a leveza que a idade do seu
protagonista requeria.
O que mais me marca dessa experiência é poder sair um
pouco da realidade e mergulhar nesse universo mágico criado por J. K. Rowling.
Afinal, como disse Dumbledore: “Hogwarts sempre estará lá para ajudar a quem
dela precisar”.
[Dica da Malu] A Sereia
Categorias:
fantasia,
Literatura Estrangeira,
Resenha,
Romance
Autora: Kiera
Cass
Editora:
Seguinte
Páginas: 328
Famosa pela série A Seleção, Kiera Cass reescreveu
recentemente outro livro, o seu primeiro romance, A Sereia. Estava com medo de
não encontrar nesse livro as mesmas qualidades que vi na série A Seleção e
acabar me decepcionando. Para minha surpresa, não só gostei muito do livro, como
achei que, em alguns aspectos, a escrita da autora está mais consistente aqui
do que nos livros que a tornaram famosa.
A história é toda narrada sob o ponto de vista da
sereia Kahlen. Durante o naufrágio do navio em que estava com sua família, ela
foi salva pela Água, após implorar que não queria morrer. No entanto, isso
vinha com um preço: Kahlen se tornaria uma sereia e, por 100 anos, serviria à
Água atraindo pessoas para morrerem no mar. Após 80 anos, ela ainda não havia
se acostumado com sua missão, se sentindo culpada pelas mortes que causava. A
situação se torna ainda pior quando ela conhece o jovem Aklin e passa a lidar
com o conflito entre a vontade de estar com ele e o risco que isso representa
para o rapaz.
Sem dúvida, os personagens foram o ponto que mais gostei
neste livro, todos apresentam características que conquistam o leitor, além de
crescerem ao longo da trama. A protagonista Kahlen é assombrada tanto pela
culpa de não ter morrido junto com a família quanto pelas mortes que provocou
depois disso. Além disso, ela é uma personagem meiga e generosa, mas também
muito forte. Os sentimentos dela são compreensíveis, bem como o medo que ela
tem de se envolver com Aklin.
O mocinho Aklin também é muito cativante, sempre
atencioso, comunicativo e gentil. O que mais gostei na relação dele e da Kahlen
é o fato de que ele vê além da beleza hipnotizante da sereia, ele procura
realmente conhece-la, fazendo o possível para superar a mudez dela (Kahlen não
falava com ele, pois sua voz é fatal) e se comunicar com ela. Aliás, é justamente
o fato de Aklin se importar com ela e com as suas opiniões, que faz Kahlen se
apaixonar por ele.
As demais personagens também são bem construídas. As
irmãs sereias de Kahlen crescem muito ao longo da trama: Elizabeth que, a
princípio, achei fútil e egoísta, demonstra ser uma pessoa de personalidade
forte, mas amorosa e muito leal às irmãs; Miaka (minha preferida) é a mais
inteligente e talentosa, e se mostrou generosa, atenta às irmãs e muito
corajosa; Aisling e Padma aparecem menos na trama, mas ambas são personagens
fortes, que tiveram que lidar com muito sofrimento na vida.
A Água é, sem dúvida, a personagem mais ambígua. Ao
mesmo tempo que se mostra cruel por obrigar as sereias a cumprir uma missão tão
terrível por um século e impor punições severas a elas, a Água demonstra
amá-las profundamente. Além disso, ela carrega o peso da eternidade e da culpa
pela destruição que provoca. Por esse motivo, é compreensível o amor, muitas
vezes sufocante, que ela dedica às suas sereias e o medo que tem de perdê-las,
deixando o leitor dividido entre a raiva por suas ações e a pena por sua
condição.
Deste modo, A Sereia foi uma ótima surpresa.
Me envolvi com a trama e os personagens, torcendo por eles a cada página. Além
disso, Kiera Cass confirmou aqui todos os elementos positivos que eu havia percebido na
sua maneira de escrever desde A Seleção. É uma leitura simples, mas dinâmica e
cativante, que torna impossível não se encantar com a história apresentada.
[Das páginas para o cinema] A Série Divergente: Convergente
Categorias:
Cinema,
Das páginas para as telas,
Distopia,
Divergente
Elenco: Shailene
Woodley, Theo James, Ansel Elgort, Miles Teller, Naomi Watts, Jeff Daniels,
Octavia Spencer
Direção: Robert
Schwentke
Ano: 2016/ Nacionalidade: EUA
Essa semana assisti ao filme Convergente, primeira
parte da adaptação do último livro da série Divergente, de Verônica Roth.
Confesso que, ao final do longa, fiquei com uma sensação de desapontamento. Eu
havia gostado bastante dos dois primeiros longas (como falei aqui e aqui), mesmo observando alguns
problemas no roteiro, especialmente do segundo. Já este terceiro filme alterou
tanto a história do livro, que acabou tornando a trama confusa e, na minha
opinião, simplista demais.
O filme começa exatamente no ponto onde Insurgente
havia terminado (por isso, recomendo que não continue a leitura caso não tenha
assistido os dois primeiros filmes ou lido os livros). Após a revelação do
conteúdo da caixa com a mensagem dos criadores de Chicago, as facções foram
desfeitas e Jeanine Matthews foi morta. No entanto, o conflito na cidade
continua. Evelyn tenta se estabelecer como a nova líder da cidade, mas o seu
modo de governar leva a mais divergências, dividindo a população e provocando
uma guerra civil.
Enquanto isso, após ouvir a mensagem da caixa, Tris só
consegue pensar em descobrir o que há além do muro. Junto com Quatro, Caleb,
Peter e Cristina, Tris consegue escapar dos capangas de Evelyn e chegar ao
outro lado do muro. O que eles descobrem é um lugar completamente destruído e,
aparentemente abandonado. No entanto, eles são resgatados e levados para a
cidade de onde tinham saído os fundadores de Chicago, um lugar com grande
desenvolvimento tecnológico e aparente prosperidade.
A partir daí tudo se desenvolve de uma maneira rápida,
deixando o espectador com a sensação de que falta algo. Tris é convencida a
ajudar o líder daquele lugar, David, que garante que as pessoas que viviam em
Chicago estavam danificadas e que era preciso ajuda-las para poder restaurar a
paz na cidade. Por outro lado, Quatro desconfia imediatamente do comportamento
de David, o que leva a um distanciamento entre ele e a Tris.
O principal problema do roteiro, na minha opinião, foi
a superficialidade do desenvolvimento da trama, especialmente no período que
eles passam na cidade fora do muro. Não fica claro o que aconteceu para
destruir o mundo daquela maneira, como é o funcionamento daquela cidade tão
mais desenvolvida que o resto (até mesmo do que Chicago), e por que há pessoas
que vivem à margem daquilo tudo, em condições de vida aparentemente precárias.
Não que o filme seja de todo ruim, a premissa da história
é boa e é possível perceber elementos para criar algo muito mais profundo e
complexo. No entanto, o roteiro acabou optando por um desenvolvimento mais superficial
da trama, caindo em muitos clichês.
Com relação ao elenco, acredito que todos se enquadram
bem para seus personagens, o que ajuda a segurar o filme. Shailene Woodley
continua segura no papel de Tris, apesar de um pouco mais apagada nesse longa
devido aos problemas do roteiro. Octavia Spencer ganha um pouco mais de
destaque nesse filme, o que é ótimo, pois dá a oportunidade de desenvolver mais
a sua personagem, Johanna, que havia feito pouco em Insurgente. Mas quem
continua roubando a cena é Miles Teller, como o cínico e egocêntrico Peter, que
tem alguns dos melhores momentos do filme.
No geral, apesar de não ser um filme ruim, deixa o
espectador com uma sensação de que poderia ter sido melhor caso alguns
elementos da trama tivessem sido mais desenvolvidos. Em geral, não me incomodo
tanto quando as adaptações não seguem fielmente os livros que as originaram,
desde que a trama do longa funcione. Infelizmente, não foi o caso de
Convergente. Talvez se a história criada por Verônica Roth tivesse sido mais
preservada, o filme teria proporcionado uma experiência muito mais complexa e
interessante.
[Dica da Malu] Star Wars: Marcas da Guerra
Categorias:
Ficção,
Literatura Estrangeira,
Resenha,
Star Wars
Autor: Chuk Wendig
Editora: Aleph
Páginas: 408
Finalmente, tive oportunidade de ler um livro do
universo expandido da série Star Wars. Sou fã declarada dos filmes, então minha
expectativa estava bem alta quando comecei a ler Star Wars: Marcas da Guerra,
um dos livros mais elogiados deste universo. De um modo geral, posso dizer que
o livro correspondeu muito bem ao que eu esperava.
A trama se passa após os eventos de Star Wars VI: O
Retorno de Jedi. Os rebeldes conseguiram destruir a segunda Estrela da Morte, o
imperador Palpatine está morto, assim como seu antigo discípulo, Darth Vader, e
a Nova República começa a ser construída. No entanto, ainda há pessoas leais ao
império, que estão se preparando para reergue-lo. Apesar da vitória dos
rebeldes em Endor, a guerra ainda não acabou. Assim, o livro mostra justamente
as dificuldades para a implementação da Nova República e os planos daqueles
leais ao império para retomarem o poder.
A trama mistura personagens novos com alguns presentes nos filmes, sendo que toda a primeira parte do livro é dedicada a apresenta-los
e mostrar como eles se posicionam frente a esse novo cenário da galáxia. Além
disso, a maneira como a história é construída ao longo do livro é muito similar
a dos filmes, especialmente da trilogia original (episódios IV, V e VI), o que
eu considero um aspecto muito positivo. Se trata de uma história nova, com
personagens novos, mas que preserva o universo de Star Wars, trazendo para o
livro a mesma atmosfera presente no cinema.
Um dos aspectos que mais gostei é que a
trama não é centrada em um personagem principal, mas em vários, permitindo que
o leitor tenha uma visão mais ampla do que está acontecendo na galáxia. Deste
modo, em muitos momentos é possível ver a mesma situação sob perspectivas diferentes,
o que deixa a leitura mais interessante.
Outro ponto a ser destacado é a diversidade de
personagens, que são diferentes tanto fisicamente quanto em termos de
personalidade. Os que têm maior destaque são: o capitão Wedge Antilles, um dos
principais pilotos rebeldes, que participou da destruição das duas Estrelas da
Morte, a almirante Rae Sloane, que tenta liderar a reconstrução do império, a
piloto rebelde Norra Wexley, que se divide entre o desejo de ajudar a Nova
República e a culpa por ter abandonado o filho, a caçadora de recompensas Jas
Emari, Sinjir Rath Velus, antigo agente imperial, e o jovem e esperto Temmin
Wexley (filho de Norra). Independentemente do lado em que lutam, quase nenhum deles é totalmente
herói ou vilão, sendo que os motivos que os guiam durante o livro tornam suas
ações, se não justificáveis, ao menos compreensíveis.
Por outro lado, o excesso de personagens foi um problema.
Apesar de ter achado que o grupo principal foi muito bem desenvolvido, outros
personagens que apareceram ao longo da trama foram pouco explorados e, alguns sequer
tiveram um desfecho, deixando o leitor sem saber qual a relevância deles. Por
se tratar de uma trilogia, pode ser que nas continuações esses outros
personagens ganhem destaque e sejam mais desenvolvidos, mas, nesse livro, isso
acabou pesando negativamente.
Apesar de inicialmente ter tido uma certa dificuldade
em me envolver completamente com a história, a partir da segunda parte a trama
ganha um ritmo mais intenso que me prendeu. Além disso, a maneira como Chuck
Wendig escreveu preserva a essência da história criada por George Lucas, o que
era algo que realmente me preocupava. O meu maior medo era achar que esse livro
não se parecia em nada com o universo de Star Wars que eu conhecia. Mas, para
meu alívio e alegria, Marcas da Guerra traz os melhores elementos de Star Wars
em uma história nova e empolgante. Assim, enquanto os próximos filmes da saga não
chegam ao cinema, com toda certeza vou querer ler os outros livros e conhecer
mais sobre o universo expandido.
Dica da Malu: Cidades de Papel
Categorias:
Literatura Estrangeira,
Resenha,
Romance
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Páginas: 366
“Na minha opinião, todo mundo tem seu milagre. Por
exemplo, muito provavelmente eu nunca vou ser atingido por um raio, nem ganhar
um prêmio Nobel, nem ter um câncer terminal de ouvido. Mas, se você levar em
conta todos os elementos improváveis, é possível que pelo menos um deles vá
acontecer a cada um de nós. Eu poderia ter presenciado uma chuva de sapos.
Poderia ter pisado em Marte. Poderia ter me casado com a rainha da Inglaterra
ou ter sobrevivido meses à deriva no mar. Mas meu milagre foi diferente. Meu
milagre foi o seguinte: de todas as casas em todos os condados da Flórida, eu
era vizinho de Margo Roth Spiegelman” (Cidades de Papel, de John Grenn, página
11)
É assim que começa Cidades de Papel, um livro com uma história bem simples, mas que
mexeu bastante comigo. Escrito pelo autor americano John Green (o mesmo de A
Culpa é das Estrelas), este livro é narrado sob o ponto de vista de Quentin
Jacobsen, um adolescente que nutre um amor platônico pela sua vizinha, Margo.
Eles haviam sido amigos na infância, mas à medida que cresceram foram se
afastando. No entanto, em uma noite ela aparece na janela dele e o convida para
uma aventura.
Obviamente, Quentin (ou Q, como ele prefere) aceita o
convite. O que ele não esperava era que no dia seguinte ela iria desaparecer.
No entanto, ele encontra pistas que podem levar ao paradeiro dela e, a partir
daí, parte com alguns amigos em busca da menina que tanto o fascinava. O que
Q não esperava era que quanto mais próximo ficava de encontrar Margo, mais
distante ela ficava da imagem que ele tinha sobre ela.
Esse livro me conquistou por vários motivos. O
primeiro deles foi a sua trama leve e gostosa de ler. Tem humor, aventura, um
pouco de mistério e, claro, romance. Mas todos esses elementos são escritos de
uma maneira realista. Os jovens descritos ali parecem adolescentes comuns,
vivendo situações comuns, pessoas que poderíamos conhecer em qualquer lugar, o
que deixa a história mais verdadeira e interessante.
Outro aspecto que gostei muito foi a maneira como os
personagens crescem ao longo da trama. Inicialmente eles são um pouco planos,
sem características que os tornem particularmente interessantes. Mas, à medida
que história avança, o leitor começa a entendê-los melhor e perceber que eles
enfrentam dilemas mais complexos do que se supunha no começo.
Nesse sentido, preciso destacar os dois protagonistas, Quentin e Margo. Aparentemente, ele é um adolescente sem nenhuma característica em
particular que o destaque e que nutre uma paixão platônica por sua vizinha, por
quem faria qualquer coisa. O que se percebe ao longo da história é que ele é um
menino sensível, sonhador, mas também corajoso e leal aos amigos. Apesar de sua
fascinação por Margo, Quentin tem sensibilidade suficiente para entender quem
ela era por trás da imagem idealizada que ele tinha feito dela, além de uma
personalidade forte para saber o que realmente quer para a própria vida.
Com relação à Margo, achei a personagem mais
interessante da trama. No início, ela parecia uma menina popular, um pouco
enfastiada com a própria vida. Porém, na noite em que ela sai com Q para uma aventura,
essa imagem começa a ser alterada. O que se vê é uma menina descrente com a sua
vida e com as pessoas que a cercam, especialmente os pais, com quem tem uma
relação difícil. Mas é somente durante a jornada de Q para encontrá-la, que é
possível entender completamente a Margo, com suas dúvidas e suas expectativas.
“É uma cidade de papel. [...] Todas aquelas
pessoas vivendo suas vidas de papel em suas casas de papel, queimando o futuro
para se manterem aquecidas. [...] Todos idiotizados com a obsessão de possuir
coisas. Todas as coisas finas e frágeis como papel. E todas as pessoas também”
(Margo, em Cidades de Papel, p. 68)
Ao longo do livro, são feitas reflexões interessantes,
que levam o leitor a questionar seu modo de olhar para a vida e, especialmente,
para as outras pessoas. E foi justamente essas observações que o livro me
trouxe o que mais me fascinou nessa história, confirmando a admiração que sinto por John Green desde A Culpa é das
Estrelas.
Novos contos do universo de Harry Potter
Categorias:
Dica,
Harry Potter,
Notícias
Quem imaginava
que a história de Harry Potter havia sido encerrada com o sétimo livro, estava
completamente enganado. Como se não bastasse o filme Animais Fantásticos e Onde
Habitam, a peça Harry Potter and the Cursed Child e a publicação do roteiro
desta como o esperado oitavo livro da série, J.K. Rowling anunciou semana
passada a publicação de contos inéditos sob o título de History of Magic in
North America (História da Magia na América do Norte, em tradução literal).
Esses contos
visam preparar o público para o universo que será apresentado no filme Animais
Fantásticos e Onde Habitam, que chega aos cinemas do mundo todo a partir de
novembro deste ano. O primeiro conto foi publicado em quatro partes, lançadas no site
Pottermore entre os dias 08 e 11 de março. Para quem quiser conferir, a versão em português já está
disponível aqui. Mais alguém está ansioso pelos próximos? Eu mal posso esperar para
ler mais sobre esse universo mágico.
Das páginas para o cinema: Adoráveis Mulheres
Categorias:
Cinema,
Filmes e Séries,
Literatura Estrangeira,
Romance
Direção: Gillian
Armstrong
Elenco: Winona
Ryder, Susan Sarandon, Kirsten Dunst, Cristian Bale, Claire Danes
Ano: 1994/
Nacionalidade: EUA
A coluna Das Páginas para o Cinema está de volta e,
como esta semana foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, escolhi um filme que
traz personagens femininas fortes e independentes. Inspirado no livro Little
Women, de Louisa May Alcott, o qual mencionei na lista especial para o dia 8 de
março (aqui), Adoráveis Mulheres é uma adaptação extremamente fiel, que traz para o
cinema toda a sensibilidade deste clássico da literatura.
O filme se passa durante a Guerra Civil nos EUA. As
quatro irmãs Meg, Jô, Beth e Amy ajudam a mãe a lidar com a dificuldade
financeira da família enquanto o pai está na guerra. O filme acompanha então a
vida dessas quatro jovens que precisam enfrentar, além da saudade do pai e da
falta de dinheiro da família, todas as normas que a sociedade impunha para as
mulheres, a fim de buscarem seus sonhos.
Apesar de se amarem muito, as irmãs eram muito diferentes:
Meg, a mais velha é a mais preocupada com o decoro e as regras sociais; Jô é a
mais independente e sonha em ser escritora; Beth é a mais tranquila e não
deseja nada além de ter a sua família por perto; já a caçula Amy tem uma
personalidade forte e deseja se casar um dia e ser rica. Elas são amparadas
pela mãe, a sra. March, que ama as filhas igualmente, aceitando as suas
diferenças, e que as encoraja sempre a buscarem seus sonhos.
O que mais me encanta nesse filme (e no livro que o
originou), é que ele apresenta mulheres muito diferentes entre si, algumas mais
românticas e sensíveis, outras mais práticas e independentes, mas todas elas
fortes e admiráveis. Destaco especialmente, Jô, que acaba sendo a protagonista
da história. Ela é a que mais destoa dos padrões da sociedade da época: não
deseja se casar, a menos que seja por amor, quer ser escritora e ganhar o
próprio sustento. Em uma época que as mulheres eram criadas para casar e o
mundo da literatura era praticamente totalmente dominado pelos homens, dá para
perceber o tamanho do desafio enfrentado por ela, tornando impossível não a
admirar. Além disso, ela é uma jovem de opiniões fortes, que não sente medo em
expressá-las.
Com relação ao elenco desse filme, a escolha dos
atores foi excelente, todos corresponderam ao que eu esperava. Winona Ryder faz
ótimo trabalho como Jô March, trazendo toda a força que a personagem pedia e
mostrando sua evolução ao longo dos anos. Meg é interpretada por Trini
Alvarado, que consegue passar toda a preocupação da jovem com as normas da
sociedade e com a opinião de outras pessoas, mas também o amor que sentia pelas
irmãs. Kirsten Dunst quase rouba a cena do filme interpretando a irritante, mas
divertida, Amy quando criança. A fase adulta de Amy foi vivida por Samantha
Mathis, que foi eficiente em mostrar o amadurecimento do personagem, sem perder
sua essência. Já Claire Danes é responsável por alguns dos momentos mais
bonitos do filme como a sensível Beth.
Além destas atrizes, o filme ainda conta com Susan
Sarandon e Christian Bale. Ela interpreta a sra. March, tornando visível em
cada cena o amor daquela mãe pelas filhas e a sua força para manter a família
bem, enquanto o marido está na guerra. Já Christian Bale dá vida ao impulsivo
Theodore Lawrence, um rapaz vizinho da família March, e que se apaixona por Jô,
sua melhor amiga.
O filme traz uma história atemporal de amor entre uma
família e de jovens que enfrentam circunstancias adversas para realizarem seus
sonhos. É uma trama simples, mas sensível e emocionante, auxiliada por boas
atuações em personagens que cativam o espectador e conquistam sua admiração.
Especial: Dia Internacional da Mulher
Hoje, dia 08 de março é comemorado no mundo todo o Dia
Internacional da Mulher. Esta data foi estabelecida não só para homenageá-las, mas, principalmente, como uma forma de reivindicação pela igualdade
de direitos entre homens e mulheres.
Como forma de celebrar a data, resolvi trazer
indicações de dez livros que apresentam personagens femininas marcantes. Em
cada um deles, é possível encontrar representações de mulheres fortes,
determinadas, sensíveis, que enfrentam dificuldades impostas pela sociedade em
que vivem, se mantendo firmes em seus ideais e lutando por seus objetivos.
Personagens que nos representam e, ao mesmo tempo, nos inspiram.
Quando pensei nessa lista, o primeiro livro que me
veio à mente foi Jogos Vorazes. O livro conta com várias personagens femininas
fortes e corajosas, mas a protagonista Katniss Everdeen é, sem dúvida, a mais
marcante. Uma jovem que cuida da mãe e da irmã após a morte do pai, é levada
para lutar nos Jogos Vorazes ao se voluntariar para proteger a irmã e acaba
levando à uma revolução no seu país. Apesar do universo fantástico em que se
passa a trama, é impossível não perceber a força da personagem e o quão
inspiradora ela é: uma jovem corajosa, que defende as pessoas que ama e se
mantém fiel aos seus ideais, mas que também tem fragilidades, como qualquer ser
humano. Katniss é, sem dúvida, uma grande representante das mulheres no mundo
da literatura.
2 – Little Women, de Louisa
May Alcott.
Este livro traz não apenas uma, mas cinco personagens
femininas fortes: as quatro irmãs Meg, Jo, Beth e Amy, e sua mãe, a Sra. March.
Jô, em especial, é uma personagem incrivelmente forte. O livro traz a história
de uma mãe que, com suas quatro filhas, passa por graves dificuldades
financeiras enquanto o marido está na guerra. Além disso, a mais
intelectualizada delas, Jô, sonha em ser uma grande escritora, mas enfrenta o
preconceito de uma sociedade, onde o único objetivo de vida aceitável para uma
mulher era se casar.
3 – Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.
A sra. Benneth tem cinco filhas, as quais deseja ver
casadas o mais brevemente possível. Uma delas, no entanto, contraria a vontade
da mãe e se mantém firme no propósito de só se casar caso esteja realmente
apaixonada. Apesar das dificuldades financeiras da família, Elizabeth não se deixa
intimidar por pessoas de posição social mais elevada que a dela e não é
seduzida por propostas de casamento consideradas vantajosas, mas que vinham de
homens que ela não amava e nem respeitava. É uma personagem de personalidade
forte e que contraria os padrões da sociedade da época, se mantendo firme em
suas convicções.
4 – A menina que roubava livros, de Mark Suzak
Centrado na Alemanha do século XX, durante os anos da
Segunda Guerra Mundial, o livro tem como protagonista a menina Liesel Meminger,
que é levada para viver com uma família adotiva, pois sua mãe, que era
comunista e, portanto, perseguida pelo governo hitlerista, não poderia mais criá-la.
A história conta como Liesel escapou da morte três vezes, entre os anos de 1939
e 1943, e tudo que aconteceu com ela neste período. A menina é uma personagem
inteligente, cativante e justa, que enfrenta várias adversidades ao longo da
trama e se torna uma jovem corajosa e forte.
5 – A casa das sete mulheres, de Letícia Wierzchowski.
O romance conta a história da família de Bento
Gonçalves, cujos homens vão lutar durante a Revolução Farroupilha, enquanto as
mulheres permanecem na estância da família. A trama é centrada em sete mulheres
da família, que foram isoladas na instância da família para serem protegidas
das batalhas, mas que, com o prolongamento do conflito, tiveram suas vidas
afetadas.
6 – Millenium: Os homens que não amavam as mulheres,
de Stieg Larsson.
O primeiro livro da trilogia Millenium tem como um de
seus protagonistas a jovem Lisbeth Salander, uma das personagens mais fortes e
interessantes da literatura recente. Lisbeth,
uma hacker excepcional, extremamente inteligente e observadora, é contratada
para investigar, junto com o jornalista Mikael Blomkvist, o mistério sobre o
desaparecimento da herdeira de um império industrial na Suécia, a jovem Harriet
Vanger. Ela havia desaparecido vários anos antes e todos a julgavam morta, com
exceção de seu tio, que não estava disposto a parar de investigar até descobrir
o que realmente apareceu.
7 – Divergente, de Veronica Roth.
Primeiro livro da trilogia, a história deste livro se
passa em uma Chicago do futuro, onde as pessoas foram divididas em cinco
facções: Audácia, Abnegação, Erudição, Amizade e Franqueza. A protagonista,
Beatrice Prior (Tris), cresceu na Abnegação, mas ao se submeter ao teste de que
deveria indicar em qual fação ela passaria o resto da vida, ela descobre ser
Divergente, ou seja, ter aptidão para mais de uma facção. Beatrice decide,
então, deixar a Abnegação, que é onde ela estaria mais segura, e se arriscar
indo para a Audácia, onde poderia ser quem desejava.
8 – Dom Casmurro, de Machado de Assis.
Um dos maiores clássicos da literatura nacional, Dom
Casmurro traz entre os personagens principais, Capitu, uma personagem forte,
complexa e enigmática. A trama é narrada pelo personagem-título, Dom Casmurro,
cujo verdadeiro nome é Bentinho. Ele conta a sua vida desde a adolescência até
a velhice, mas se concentra principalmente em seu romance com Capitu e na
amizade com Escobar. Após viverem felizes por algum tempo após se casarem, um
acontecimento muda a vida deles e faz com que Bentinho comece a desconfiar a
fidelidade de Capitu, suspeitando de que ela o traía com Escobar.
9 – Harry Potter
A série, escrita pela britânica J.K. Rowling, apesar
de ter como protagonista o menino bruxo, traz diversas personagens femininas
fortes e complexas. A trama gira em torno de Harry Potter, um garoto que aos
onze anos descobre ser um bruxo e que seus pais foram assassinados por um bruxo
das trevas, Voldemort. Ao longo do livro, Harry enfrenta vários desafios e, em
todos, conta com a ajuda de Hermione Granger, uma jovem bruxa inteligente e
estudiosa, mas que, acima de tudo, valoriza a amizade e está sempre disposta a
se arriscar para proteger aqueles que ama. Além de Hermione, outras personagens
femininas têm papel importante ao longo da história, como a Professora Minerva
McGonagall, Gina Weasley, Luna Lovegood e Ninfadora Tonks.
10 – Eu sou Mala, de Malala Yousafzai e Christina
Lamb.
O livro autobiográfico de Malala Yousafzai, uma menina
que desafiou o Talibã e lutou por seu direito à educação. Perseguida por lutar
contra às ordens de que meninas não poderiam estudar, Malala foi baleada quando
voltava da escola, em outubro de 2012. Ao se recuperar, ela deixou o Paquistão,
seu país de origem, e se tornou símbolo global da luta pela educação para
todos, independentemente do gênero, e pela igualdade de direito entre homens e
mulheres. O livro conta a trajetória de Malala, as dificuldades de sua vida no
Paquistão sob o regime Talibã e sua luta pelo seu direito, e de outras meninas,
a estudar.
Lançamentos de Março
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Novidades
Março está aí e, com o novo mês, chegam também vários
lançamentos das editoras. E como nenhum bom leitor aceita ficar por fora das
novidades que chegam nas livrarias, separei alguns livros que são esperados
para esse mês. Tem muita coisa bacana.
Editora Rocco:
Jovens de Elite, de Marie Lu: Da autora da aclamada trilogia Legend, Jovens de
Elite alcançou a lista dos mais vendidos do The New York Times e vem obtendo
excelente repercurssão entre o público e a crítica. Mais informações aqui.
Anna e o Homem das Andorinhas, de Gavriel Savit: Destinado a se tornar um clássico, o romance de
estreia de Gavriel Savit mostra a improvável amizade entre um homem misterioso
e uma menina, num mundo devastado pela guerra. Mais informações em: http://www.rocco.com.br/livro/?cod=2714
Timmy Fiasco: Olha só o que você fez, de
Stephan Pastis: O melhor detetive da
cidade está de volta, e prestes a desvendar o caso mais importante de sua
carreira, no segundo livro da hilariante série do cartunista Stephan Pastis. Mais informações aqui.
Companhia das Letras:
Para poder viver, de Yeonmi Park: Em narrativa memorável, a jovem norte-coreana conta
como escapou de uma das mais sanguinárias ditaduras do planeta.
Editora Seguinte:
A profecia do pássaro de fogo, de Melissa
Grey: No subterrâneo de lugares onde
é muito difícil chegar, duas antigas raças travam uma guerra milenar: os
Avicen, pessoas com penas no lugar de cabelos e pelos; e os Drakharin, que têm
escamas sobre a pele. Ambas possuem magia correndo nas veias, o que os esconde
de todos os humanos… menos de uma adolescente chamada Echo.
Echo conheceu os Avicen quando era criança, e desde
então eles são sua única família. A pedido de sua tutora, a garota começa uma
jornada em busca do pássaro de fogo, uma entidade mítica que, segundo uma velha
profecia, é a única forma de acabar com a guerra de vez. Mas Echo precisa
encontrar o pássaro antes dos Drakharin, ou então os Avicen podem desaparecer
para sempre…
Editora Verus
Livro de Marcar Filmes (Increase
Consultoria Literária, org): Muito
mais do que uma simples lista de recordações, o Livro de Marcar Filmes traz
sugestões e também propostas que vão agitar os fãs de cinema! Mais informações
em: http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=29124
O primeiro último beijo, de Ali Harris: O primeiro último beijo conta a história de amor de
Ryan e Molly, de como eles se encontraram e se perderam diversas vezes ao longo
do caminho. Na primeira vez em que eles se beijaram, Molly soube que ficariam
juntos para sempre. Seis anos e muitos beijos depois, ela está casada com o
homem que ama. Mas hoje Molly percebe quantos beijos desperdiçou, porque o
futuro lhes reserva algo que nenhum dos dois poderia prever... Esta história
comovente, bem-humorada e profundamente tocante mostra que o amor pode ser
enlouquecedor e frustrante, mas também sublime. Na mesma tradição de P.S. Eu te
amo e Um dia, O primeiro último beijo vai fazer você suspirar e derramar
lágrimas com a mesma intensidade. Mais informações aqui.
Editora Sextante
Psi-Q, de Ben Ambridge: Em Psi-Q, Ben Ambridge nos mostra o que os
experimentos conduzidos nas universidades mais prestigiosas do mundo revelam
sobre nós mesmos, traduzindo para uma linguagem fácil, acessível e divertida os
conceitos mais básicos da psicologia. Mais informações aqui.
Dica da Malu: Instrumentos Mortais - Cidade dos Ossos
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fantasia,
Galera Record,
Literatura Estrangeira,
Resenha
Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 459
Quando terminei de ler Cidade dos Ossos, primeiro
volume da série Instrumentos Mortais, a única coisa que conseguia pensar era:
Por que não li esse livro antes? O livro, da escritora Cassandra Clare, me
prendeu da primeira à última página e me deixou realmente ansiosa para ler suas
continuações.
O livro traz a história Clarissa Fray, uma adolescente
de quinze anos que vive com a mãe em Nova York. Em uma noite, aparentemente,
normal, em que ela estava em uma boate com seu melhor amigo, Simon, Clary
presencia um assassinato. No entanto, apenas ela conseguia ver a suposta vítima
e seus assassinos.
O fato de que ela conseguisse ver o que estava
acontecendo faz com que eles também se surpreendam. Jace, um rapaz pouco mais
velho que Clary e com cara de anjo, explica a ela que eles são Caçadores de
Sombras: guerreiros responsáveis por proteger a terra das criaturas do submundo
(demônios, vampiros, lobisomens, entre outros). Pessoas normais, “mundanas”
como Jace as chama, não são capazes de ver os caçadores de sombra nem as
criaturas sobrenaturais. No entanto, Clary conseguiu vê-los naquela noite e, a
partir de então, sua vida mudou.
Uma das coisas que me chamou a atenção nesse livro é o
modo como o universo é apresentado. Ao contrário da maioria das fantasias, a
história aqui não se passa em um mundo totalmente mágico, mas mistura elementos
sobrenaturais com elementos reais. Essa combinação de mundo real e fantasia foi
feita de uma maneira convincente que permite ao leitor se envolver realmente
com a história.
Esse foi o primeiro livro da Cassandra Clare que eu
li, e gostei muito do estilo da autora. A história é muito dinâmica e cheia de
reviravoltas que surpreendem e deixam ansioso pelo que vai acontecer a seguir.
Além disso, acho que a autora consegue transmitir a emoção adequada para cada
momento da trama, especialmente nas partes de ação, onde o leitor fica
realmente tenso e preocupado com o destino dos personagens.
Falando nisso, outro aspecto que gostei muito nesse
livro foi o modo como os personagens foram sendo construídos ao longo da
história. Eles começam muito planos, com uma caracterização muito superficial.
No entanto, a medida que a história avança, outros elementos da personalidade
de cada um vão sendo apresentados, tornando-os mais complexos e interessantes.
A história tem ainda um triângulo amoroso entre Clary,
Jace e Simon. Confesso que não gostei muito desta parte, por ter um preferido
entre um dos rapazes e não ter muita paciência com o outro. No entanto, vejo
como positivo o fato de que esse triângulo não é um aspecto central na trama,
ficando em segundo plano.
Ao longo da leitura, percebi que foram incorporados
alguns elementos de outras fantasias, em especial, Harry Potter e Crepúsculo.
No entanto, ao contrário de outras histórias que já fizeram isso, Cidade dos
Ossos não soa como uma cópia dessas obras. Ao contrário, a autora traz esses elementos
de uma maneira natural, sem soar como um plágio ou uma releitura. Além disso,
ela traz aspectos novos e igualmente interessantes, criando um universo
realmente envolvente.
A série Instrumentos Mortais não poderia ter um começo melhor do que Cidade dos Ossos. Aliás, não é sem motivos que o livro conta
com fãs no mundo inteiro e já ganhou duas adaptações, uma para o cinema e outra
em uma série do Netlix. Se antes eu me perguntava por que as pessoas falam
tanto dos livros de Cassandra Clare, hoje eu entendo perfeitamente. A autora
criou um universo fascinante, que me prendeu durante toda a leitura e me deixou
ansiosa pelos próximos. Por este motivo,
em breve, vocês podem esperar a resenha do segundo volume, Cidade das Cinzas.
Vontade de ler x Falta de Tempo
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Dica,
Organização,
Resenha
Ler é maravilhoso, não é? Abandonar um pouco a
realidade para descobrir novos lugares e pessoas. Mas, e quando a rotina e os
compromissos do dia-a-dia começam a atrapalhar esse hábito? Com a falta de
tempo, cada vez mais pessoas vão abandonando a leitura. No entanto, não precisa
ser assim. Pensando nisso, resolvi compartilhar alguns hábitos que eu tenho
adotado que me ajudam a ler mesmo com a correria do dia-a-dia.
1 – Organizar todas as atividades que eu tenho para
fazer no dia
Quando
não definimos exatamente as coisas que realmente precisamos fazer, fica fácil
enrolar e deixar muitos compromissos acumularem e não sobrar tempo para mais
nada. Nesse sentido, a organização é fundamental para conseguirmos encontrar
espaço para outras atividades, como a leitura. Eu sei que não é fácil, principalmente para quem tem dificuldade em manter uma rotina disciplinada (como eu, por exemplo), mas acho que é um esforço que vale a pena.
2 – Definir um
horário para ler.
Seguindo
a linha da dica anterior, quando organizamos nossas atividades fica mais fácil
reservarmos um tempinho para ler. Ter um horário definido, ajuda a criar o
hábito de leitura. Por exemplo, quando você começa a se esforçar para ler antes
de dormir, aos poucos aquele momento do dia vai ficando reservado para isso.
3 – Aproveitar horários que são perdidos com outras
coisas
Sabe
quando você fica horas olhando o feed de notícias do Facebook sem estar
realmente interessado em nada, mas só continua porque não tem mais nada para
fazer? Pois é, esse é um momento excelente para largar um pouco as redes
sociais e pegar um livro para ler.
Além disso, sempre tem aqueles momentos quando você
está esperando para ser atendido no médico ou nas filas intermináveis no banco.
Ao invés de ficar conferindo as redes sociais, por que não aproveitar essas ocasiões para ler? Basta manter sempre um livro na bolsa ou um aplicativo de leitura no celular.
4 – Metas de leitura
Definir
alguns livros que você quer ler dentro de um período de tempo pode ser muito útil.
Algumas vezes temos muitas opções e não sabemos por onde começar, ou simplesmente
deixamos a preguiça vencer e vamos deixando os livros para depois. Estabelecer
alguns livros como meta funciona como estímulo para se manter lendo.
Para
organizar minhas metas eu uso o Skoob. Lá eu defino os livros que já li, que
quero ler e os que estou lendo, vou marcando meu histórico de leitura para
poder acompanhar o progresso e ainda tenho acesso a resenhas e avaliações sobre
os livros.
5- Livro de marcar Livros
Quando
descobri o Livro de Marcar Livros, da Editora Verus em parceria com a Increase,
não imaginei que ele seria tão útil para mim. Ele funciona como um diário de
leitura e, não só tem me ajudado a manter os registros dos livros que eu li e
que ainda quero ler, como me oferece um espaço para escrever observações sobre
eles e avaliar o quanto gostei. Além disso, tem alguns desafios que me ajudam a
descobrir livros novos e sair um pouco dos gêneros que eu estou acostumada.
Aqui
tem um vídeo feito pela idealizadora do Livro de Marcar Livros onde ela explica
mais sobre o projeto, como surgiu a ideia e como funciona.
Observação: Para os cinéfilos de plantão, a Editora
Verus anunciou o Livro de Marcar Filmes, que também funciona como um diário, só
que de filmes. Ele estará disponível nas livrarias esse mês e eu mal posso
esperar para garantir o meu. Assim que tiver, eu faço uma resenha aqui no blog
comentando o que achei.
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